A sabedoria de um Homem

Estamos na Semana Santa, e comecei a assistir uma série sobre Jesus e seus discípulos na Netflix: The Chosen: Os Escolhidos.

Ainda não terminei, mas estou encantada por um dos discípulos. E parabéns ao diretor do filme, que soube representar com tanta delicadeza, em um dos discípulos, uma pessoa atípica.

Não vou dizer o nome do discípulo. Àqueles que assistirem, procurem perceber nele a dificuldade de conviver com o outro, de compreender as regras sociais, a dificuldade que a própria família tem de entender as decisões do filho, que vão contra os preceitos religiosos da época. Dos outros discípulos, de o aceitarem, pois viam em sua pessoa a imagem do inimigo. E sua própria dificuldade de compreender as metáforas usadas por Jesus.

Minha esperança, quando você for assistir à série, é que você perceba no comportamento do filho do vizinho, ou do seu sobrinho, ou do colega de trabalho diferentes formas de agir, como as do discípulo. Portanto lembre-se de sempre usar uma linguagem simples e explicar antes o que quer fazer.

Estou falando desta série pois penso que seja um bom exemplo, para você compreender a forma diferente de uma pessoa atípica agir. Até porque no decorrer da série os outros discípulos lhe fazem perguntas e, embora ele tenha reações adversas e precise de um tempo para organizar as ideias, aos poucos consegue explicar seu ponto de vista.

Estas explicações são melhores que nossas reações de mães e pais de autistas, que estamos sempre na defensiva para proteger nossos filhos de uma infinidade de situações constrangedoras, que poderiam ser evitadas se todos tivéssemos um pouco mais de sabedoria para aceitar o diferente e respeitar as diferenças.

A intolerância, fez com que um Homem que pensava e agia de forma diferente, fosse crucificado há mais de dois mil anos.

E, na próxima segunda-feira se inicia o mês de abril. Nele há um dia para se lembrar e conscientizar que atualmente, a cada 35 crianças que nascem, uma é autista.

Urge que aprendamos a conviver e respeitar o diferente. Pois a composição do mundo é feita pelo diferente. E percebemos a beleza na natureza, ou nas obras de arte, pelo contraste.

Viva o diferente, viva as diferenças.

Viva os autistas, que quebram paradigmas e nos humanizam.