Ouvir para Incluir: a força transformadora do Conselho da Pessoa com Deficiência

O Conselho da Pessoa com Deficiência é, antes de tudo, um espaço de escuta, representação e construção coletiva.

Ele existe para garantir que nenhuma decisão que afete a vida das pessoas com deficiência seja tomada sem a presença ativa de quem vive essa realidade.

Durante demasiado tempo, essas vozes foram ignoradas.
Planos foram desenhados sem consulta.
Políticas aplicadas sem diálogo.
E o resultado foi previsível:
Acessos limitados. Direitos violados. Barreiras mantidas — físicas, sociais e simbólicas.

O Conselho nasce para romper com essa lógica.

Para que o protagonismo das pessoas com deficiência deixe de ser promessa e se torne prática real.
Para que mães, pais, cuidadores, profissionais e a própria pessoa com deficiência tenham um espaço legítimo de fala, proposta e fiscalização.

Mais do que um órgão consultivo, o Conselho é uma ferramenta de articulação política e social.
É através dele que acompanhamos políticas públicas, apontamos falhas, propomos soluções — e cobramos aquilo que tantas vezes fica no papel.

É ali, nesse espaço, que o cotidiano — escolas sem acessibilidade, transportes inadequados, serviços precários — ganha voz e vira pauta concreta.

O Conselho também é lugar de construção de políticas públicas voltadas à equidade.

É um território coletivo de produção de conhecimento, de garantia de direitos e de criação de redes entre secretarias municipais.
Promove inclusão, qualidade de vida, acesso à saúde, à cultura e ao lazer — por meio do diálogo intersetorial e da participação social efetiva.

Mas o papel do Conselho vai além da política.
Ele é também espaço de construção de esperança.

Porque quando pessoas se reúnem para pensar juntas, propor juntas e enfrentar desafios com escuta e compromisso, a transformação acontece.
Mesmo que lenta. Mesmo que invisível a olhos apressados.

O Conselho da Pessoa com Deficiência não é solução mágica.
Mas é um começo.

Um lugar onde se reconhece uma verdade inegociável:
“Nada sobre nós, sem nós”.

E por isso, mais do que existir, o Conselho precisa ser respeitado, fortalecido — e escutado.

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