Somos muitos. Somos fortes. E quando unimos nossas vozes, o mundo precisa mudar. A transformação começa quando recusamos a invisibilidade.
Somos muitos.
Mães, pais e familiares de pessoas no espectro autista.
Pagamos impostos.
Votamos.
Consumimos.
Trabalhamos.
Contribuímos para o país como qualquer outro cidadão.
E, ainda assim, muitas vezes somos invisíveis.
Nossos direitos, garantidos pela Constituição, são esquecidos, ignorados, silenciados.
Mas quem não é visto, não é lembrado.
E é por isso que precisamos ocupar os espaços públicos, não de forma isolada, mas como um corpo coletivo que se move, que fala, que exige respeito e inclusão.
Não estamos pedindo favores. Estamos lembrando o óbvio: pertencemos.
Essa consciência — de que a mudança acontece quando nos mostramos e nos unimos — não é nova.
Ela já moveu montanhas antes.
Em 1955, uma mulher chamada Rosa Parks se sentou em um ônibus, cansada não apenas do corpo, mas da humilhação diária.
Ao recusar-se a ceder seu lugar, sabia que enfrentaria consequências.
Mas o gesto dela acendeu um movimento.
Não foi a força de um ato solitário que mudou o curso da história — foi a persistência coletiva.
A comunidade se levantou, resistiu, boicotou.
Cada pessoa que caminhava quilômetros a pé para ir ao trabalho escrevia, com seus passos, uma linha nova na história.
E provaram que, quando muitos se unem, mesmo o que parecia imutável começa a ceder.
Hoje, nosso desafio é outro, mas a essência é a mesma.
Não basta que um ou outro lute sozinho.
É preciso abrir espaço dentro de nós para o interesse coletivo.
Compreender que nossas histórias individuais ganham real força quando somadas.
Porque a verdadeira transformação não acontece no grito isolado.
Ela se constrói no coro contínuo.
Na persistência de quem caminha junto.
Na coragem de quem não aceita ser esquecido.
Que cada um de nós lembre:
A nossa presença é o primeiro passo para a transformação.
E o futuro que queremos para nossos filhos começa agora — com o passo firme de quem se recusa a ser invisível.
“Quando um se cala, tudo continua igual. Quando muitos se levantam, o mundo precisa ouvir.”