Entre dívidas e promessas

Na época de Jesus a afirmativa era “quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra”; nos nossos dias o ditado poderia ser adaptado para “quem não tiver dívidas que atire a primeira pedra”. Talvez nenhum de nós pudéssemos atirar uma pedra sequer. Pois iludidos pelo credito fácil, pelo desejo de ter coisas, às vezes nem tão úteis. Vivemos a contrair uma dívida sobre outra. Mas também têm uma fatia que contraiu dívida por precisar de um carro para transportar filho(a) ou pai idosos de um lugar para outro, levar em terapias ou comprar medicamentos no credito parcelado por já não ter condições de comprar à vista,

Sem contar a grande angustia geradas pelas informações que chegam até nós… sabemos que elas foram escolhidas, cotejadas e selecionadas. Quando uma informação chega mil outras foram descartadas.

E, com frequência vemos a mesma notícia de diferentes pontos de vistas e com tantas justificativas por parte de quem as vincula, que a definição de certo e errado tem entre eles uma tênue linha cinzenta.

Então minha pergunta é: Em quem acreditar? Ou a cada decisão que tomo que acredito estar sendo senhora do meu destino, a quem estou servindo?

Quais os interesses por trás de propostas que passamos anos lutando por elas e de repente elas surgem do nada, quando se está próximo de um novo período eleitoral,

Não é da forma como tínhamos reivindicado, não atenderá as necessidades de todos. Enquanto isso há uma fatia da sociedade que está tão necessitada de cuidados. Que não podemos bater o pé e dizer assim não aceitamos, pois ainda precisamos pensar no coletivo.

É assim que tenho me sentido nos últimos dias. Com a proposta do Ambulatório para crianças com Espectro Autista.

Fui a reuniões com alguns secretários e representantes de instituições., audiências públicas com vereadores e secretários e reuniões com a prefeita. Acompanhamos a troca de alguns Secretários da Saúde.

E a sonhada Rede de Apoio que teria o objetivo de atender autistas e qualquer outra deficiência na área da saúde, educação, cultura e lazer e se possível a inserção no mercado de trabalho, foi transformada em apenas um Ambulatório para atender crianças com Espectro Autista.

Senhor Secretário de Saúde o parabenizo por ter tido a iniciativa de fazer alguma coisa. Mas a pergunta que não quer calar é como fica meu filho de vinte anos, que terminou o Ensino Médio, não está alfabetizado e não está no mercado de trabalho? Fisioterapia para ele é a diferença entre continuar caminhando e parar de andar. E acredite o senhor ou não, já não dou mais conta de pagar UNIMED.

Estou falando do meu filho, mas assim como ele existem vários outros, rapazes e moças, que não tem mais a escola para ir e ficam em casa 24 horas por dia.

Vereadores, secretários, prefeita e representantes de instituições que certamente assumiram o compromisso de fazer um trabalho de extensão para a comunidade. Vocês vão desenvolver algum projeto para este público ou, já estão focados em projetos para vencerem ao próximo pleito eleitoral?

Como vai ficar a Rede de Apoio? Quando ela será construída?

Quando nossos filhos e filhas serão tratados com respeito e dignidade e receberão os cuidados que precisam e têm direito?

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Berenice Huszcza
Berenice Huszcza
1 ano atrás

Eu sinceramente gostaria que os representantes dos poderes públicos ficassem uma semana hospedado na casa de quem tem um ou mais filho especial e vivesse a rotina dessa família. Quem sabe assim realmente fosse pensado em atitudes e movimentos que façam a diferença, pois percebo que a empatia , tão necessária, se fosse efetiva e não faz de conta mudariam as coisas.
Migalhas não resolvem as necessidades negligenciadas por anos!

Fernanda DasNeves
1 ano atrás

É Cícera as pessoas com necessidades especiais de todas as idades incluindo os seniores são consideradas um peso para a sociedade e não é só no seu país é em todo o mundo!
Coragem, força e resiliência é o que lhe desejo … tudo o que conseguir que o estado vos dê já é uma vitória para os iguais…