Como serei ao envelhecer?

Recentemente assisti um vídeo da Ana Beatriz Barbosa em que ela dizia “ao envelhecer quero ser uma velhinha alegre, sorridente e amável, que todos queiram estar por perto”.  Mas se não cultivarmos estas qualidades desde a juventude como podemos adquiri-las na velhice?

Dei-me conta que cultivar os amigos também é uma arte, que precisamos desenvolver bem, para manter os amigos da juventude e agregar amigos novos, ao longo da vida. Quando chega a velhice, precisamos ser bons na arte de fazer amigos, pois muitos partem antes de nós, quando temos o privilégio de envelhecer. A companhia do outro e o convívio são essenciais, para nos tornarmos mais humanizados.

Continuar humano é a condição básica para nos emocionarmos e nos alegrarmos com pequenas coisas e gestos de carinho.  Caso contrário nos tornamos ranzinzas, reclamões e chatos. Ninguém quer saber das nossas dores ou das dificuldades do convívio com a família. Pois cada um vive suas dores e seus conflitos familiares.

Ao nos reunirmos com os amigos, devemos ficar atentos para falar de coisas agradáveis, lembrar histórias vividas, contar piadas, gargalhar, dançar e beber, se a saúde permitir. Na velhice já não há motivos para ruminar as coisas que não deram certo no passado. Adquirimos a sabedoria de viver o agora, sem nos preocuparmos com o futuro.

Na velhice, quando vivemos uma vida bem vivida e, isso não significa que tudo que empreendemos deu certo, mas sim que tivemos a coragem de experimentar, correr riscos e aprender, teremos lindas histórias para contar. É preciso rir das coisas tristes, demonstrar alegria com os aprendizados ao longo da vida. Só assim teremos lindas histórias para contar, e pessoas que queiram ouvir.

Ao considerar que o mundo é movido por histórias, porque na velhice não conseguimos ter um público cativo para ouvi-las e revivê-las? Talvez seja necessária uma pitada a mais de tempero e cor a essas histórias. Para que os adolescentes e jovens se interessem em ouvi-las.

Precisamos esquecer a velha frase “No meu tempo…” como se o nosso tempo tivesse sido melhor, ou nosso comportamento fosse melhor. Não devemos puxar para nós a função de educar netos. Essa função é de seus pais. A nós cabe desfrutarmos da companhia deles e nos divertirmos.

Quando estivermos com crianças, vamos permitir que nossa criança interior também brinque. E o mais importante manter amizade com pessoas da mesma faixa etária que tenham interesse em comum.  Nesse momento você pode fazer parte de vários grupos. O grupo da dança, o grupo de jogar xadrez, o grupo que adora cinema, o grupo que está envolvido em serviços sociais, o grupo que adora discutir sobre futebol, o grupo que adora literatura e se reúne para conversar sobre as obras lidas, o grupo que frequenta a mesma academia.

Faça parte de um coral, assim você estará fortalecendo suas cordas vocais e evitando futuros engasgamentos. Faça palavras cruzadas para exercitar o cérebro.

Entretanto, para além dos vários grupos, seja uma pessoa com conhecimento, faça cursos que te permita aprender a usar as novas tecnologias, para não depender dos outros. Talvez pelo WhatsApp você consiga ter bons diálogos com seus netos.

Nenhuma avó nos dias atuais é obrigada a ficar na cozinha a cozinhar e fazer bolos, doces e biscoitos etc. Façam viagens, descubram outras possibilidades para serem felizes, mas se cozinhar te faz feliz, cozinhe…

Aprendam a não depender dos filhos para saírem de casa. Nessa hora grupos também são importantes.  Já pensou se o grupo aluga uma Van, fica bem mais em conta.

Portanto, ao envelhecermos precisamos aprender a sermos felizes, sorridentes, gratos pelas pequenas coisas que os outros nos fazem e principalmente evitarmos as reclamações. Também é imprescindível e muito importante cuidarmos da nossa saúde física, mental e financeira.  Assim podemos esticar ao máximo a possibilidade de independência, liberdade e felicidade.