A cidade que cuida ainda não nasceu — mas o sol está a caminho.

A Cidade que Cuida (e que ainda não elegemos)

A Cidade que cuida está no horizonte — basta olhar com atenção e caminhar com consciência.

Existe uma cidade onde o futuro chegou com os pés descalços e as mãos dadas.
Uma cidade onde todos querem morar —
não por ser perfeita, mas por ser justa.

Nessa cidade, as decisões não servem a partidos, mas a pessoas.
São tomadas com o coração atento,
por lideranças que conhecem o chão que pisam —
porque caminham com o povo, e não acima dele.

Logo cedo, as escolas se abrem como braços.
Crianças aprendem a ler o mundo com olhos curiosos
e alma respeitada.
Ali, quem ensina tem tempo, apoio e salário digno —
porque educar não é favor: é fundação.

Nos postos de saúde, há mais escuta que pressa.
Cada pessoa é vista inteira: corpo, mente, história.
A prevenção caminha de casa em casa,
e o cuidado é presença, não protocolo.

As ruas são para gente.
Há sombra, há bancos, há rampas, há flores.
Crianças correm seguras,
idosos caminham com destino,
e ninguém é deixado para trás.

Na Cidade que Cuida, o alimento é sagrado.
Vem da terra próxima, cultivada com respeito.
Há feiras cheias de cor,
cozinhas comunitárias cheias de aroma,
e ninguém dorme com fome.

A cultura não pede permissão.
Ela pulsa nas esquinas,
canta nos coretos,
transforma muros em poemas —
e a história em orgulho.

As mulheres caminham sem medo.
Participam, decidem, criam.
São ouvidas nas reuniões,
respeitadas nas escolhas,
amparadas nos ciclos.

As pessoas com deficiência não precisam pedir acesso:
ele já está lá, previsto, garantido, assegurado.

O trabalho é justo.
Os cargos, ocupados por mérito.
O descanso, valorizado.
E quando a dor chega — porque ela sempre chega —
há amparo.
Ninguém atravessa o luto ou a solidão sozinha.

Na Cidade que Cuida, o verbo principal é conviver.
Os recursos são distribuídos com sabedoria.
Os cargos, com responsabilidade.
As decisões, com o cuidado de quem prepara um lar:
pensando em todos, não apenas em aliados.

Quem governa, serve com alegria.
Quem mora, participa com orgulho.
E assim, dia após dia,
essa cidade vai crescendo —
não em arranha-céus,
mas em sentido.

Você pode chamá-la de utopia.
Mas toda transformação começa com um delírio bem contado.

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Maria Rejane
Maria Rejane
8 dias atrás

Infelizmente o caminho é longo para chegarmos, mas cada passo nos coloca mais próximos.

Kelem Cristina de Sene Santos
Kelem Cristina de Sene Santos
7 dias atrás

Horizontes…

Flávio Nerva
Flávio Nerva
6 horas atrás

Texto para ser lido em todo canto do nosso Brasil 👏👏👏