Fui eleita para presidir o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência. Digo “fui”, mas o que se ergue agora é um nós — firme, plural, comprometido.
Receber a confiança dos pares é mais do que uma honra: é um chamado à responsabilidade que partilhamos. Assumimos, juntos, o dever de acolher o que é diverso, escutar o que foi silenciado e reivindicar, com firmeza e respeito, aquilo que é direito — não favor.
O Conselho existe porque acreditamos num mundo em que o diferente não seja exceção, mas parte essencial da vida em comunidade. Nossa missão é clara: zelar por políticas públicas que garantam equidade, dignidade e presença plena das pessoas com deficiência em todos os espaços — da escola ao trabalho, da saúde à cultura, das ruas à alma da cidade.
Sabemos que a informação transforma. Mas só transforma quem tem acesso. Por isso, é urgente garantir comunicação acessível, conhecimento claro e circulação de saberes que empoderem e abram caminhos.
Já no início da caminhada, temos um exemplo concreto: uma das conselheiras é surda. Isso nos convoca à ação. É imprescindível garantir a presença de um intérprete de Libras em todas as reuniões. Inclusão não pode ser promessa: é prática, é agora.
Este é um tempo de semear. Um tempo em que o cuidado se faz em gestos simples e concretos: uma rampa onde havia degrau, um convite claro, uma escuta verdadeira. Cuidar do outro não é gentileza — é dever coletivo.
Cada membro deste conselho é ponte. Cada decisão, uma tentativa de fazer o futuro caber em todos os corpos, vozes e modos de existir. Que bom que é assim.
Vamos estar presentes. Vamos agir com persistência e ternura por quem não pode mais esperar.
E que todos saibam: o Conselho está de portas, olhos e ouvidos abertos — não por protocolo, mas porque acreditamos, profundamente, que ninguém deve caminhar sozinho.
Você também faz parte disso. Acompanhe, proponha, participe. O Conselho é um espaço coletivo — só fará sentido se for construído com escuta, coragem e comunidade.
Estamos aqui por todos nós. E por cada um.