Ato de passagem

Hoje é 21 de dezembro de 2024, e muitas famílias já estão em clima de natal. Parentes que já chegaram, ou que estão chegando. Todos já deram um toque no visual da casa, já definiram o cardápio, outros ainda correm para comprar os últimos presentes.

E no meio de toda essa euforia, tem aqueles que estão um pouco como Cecilia, “Ou isto, ou aquilo”, nesse processo de escolha, que de vez em quando pode ser muito difícil de fazer. Como escolher entre entubar, ou cuidados paliativos?

Em situações assim é preciso trilhar o caminho do meio, com o intuito de manter o equilíbrio. Pois de um lado a ideia de nascimento, renascimento, alegria e euforia permeia a maioria das casas. Ceias de natal fartas, olhares, sorrisos a mesa, copos e talheres que passeiam, se tocam e gargalham. Música e felicidade no ar.

Alguns podem até se sentirem sós, no meio da multidão.

Entretanto, quem está sentado em frente a um leito de hospital deve ser só gratidão.   Sendo sua mãe, ou seu pai já idoso, você agradece pela vida, bem mais precioso que eles lhe ofertaram. Depois, por tantos outros natais que passaram juntos, por todas as histórias vividas e compartilhadas.

A partida também é um momento de celebração e gratidão, embora nem sempre a gente a perceba, ao vivenciarmos aquele momento.

A gratidão chega ao vermos as rugas e vincos que o tempo esculpiu na pele da pessoa que nos é tão cara, até o vigor da voz já se foi. A grande alegria é perceber em um fiapo de voz, que ainda reconhece os netos. No rosto, de forma fugidia transparecem a dor e o cansaço. E o sopro da vida, começa a se esvair lentamente

Então comece a se despedir com alegria, não importa se alguma lágrima desobediente lhe escorrer pela face.  Conte histórias, relembre os momentos alegres, compartilhados. Pois assim ela perceberá que atuou na vida com maestria. E no momento da passagem, um leve sorriso pode bailar em seu rosto, pela certeza de ter cumprido sua missão na terra.

É vida que segue, é vida que se transforma, é vida a gerar novas vidas. E todo aquele que tem o privilégio de envelhecer, vivencia a experiência de ser cuidado e se adaptar as novas configurações. Uma vez que, o depender do outro exige uma dose generosa de humildade.

Saber caminhar pela vida, com alegria, exige coragem, adaptação e resiliência.

Bom seria, se disséssemos Adeus, da mesma forma que falamos “seja bem-vindo”. Em ambos os casos é um ato de passagem e renascimento.

Que neste Natal a esperança renasça no coração de todos…

Hoje é 21 de dezembro de 2024, e muitas famílias já estão em clima de natal. Parentes que já chegaram, ou que estão chegando. Todos já deram um toque no visual da casa, já definiram o cardápio, outros ainda correm para comprar os últimos presentes.

E no meio de toda essa euforia, tem aqueles que estão um pouco como Cecilia, “Ou isto, ou aquilo”, nesse processo de escolha, que de vez em quando pode ser muito difícil de fazer. Como escolher entre entubar, ou cuidados paliativos?

Em situações assim é preciso trilhar o caminho do meio, com o intuito de manter o equilíbrio. Pois de um lado a ideia de nascimento, renascimento, alegria e euforia permeia a maioria das casas. Ceias de natal fartas, olhares, sorrisos a mesa, copos e talheres que passeiam, se tocam e gargalham. Música e felicidade no ar.

Alguns podem até se sentirem sós, no meio da multidão.

Entretanto, quem está sentado em frente a um leito de hospital deve ser só gratidão.   Sendo sua mãe, ou seu pai já idoso, você agradece pela vida, bem mais precioso que eles lhe ofertaram. Depois, por tantos outros natais que passaram juntos, por todas as histórias vividas e compartilhadas.

A partida também é um momento de celebração e gratidão, embora nem sempre a gente a perceba, ao vivenciarmos aquele momento.

A gratidão chega ao vermos as rugas e vincos que o tempo esculpiu na pele da pessoa que nos é tão cara, até o vigor da voz já se foi. A grande alegria é perceber em um fiapo de voz, que ainda reconhece os netos. No rosto, de forma fugidia transparecem a dor e o cansaço. E o sopro da vida, começa a se esvair lentamente

Então comece a se despedir com alegria, não importa se alguma lágrima desobediente lhe escorrer pela face.  Conte histórias, relembre os momentos alegres, compartilhados. Pois assim ela perceberá que atuou na vida com maestria. E no momento da passagem, um leve sorriso pode bailar em seu rosto, pela certeza de ter cumprido sua missão na terra.

É vida que segue, é vida que se transforma, é vida a gerar novas vidas. E todo aquele que tem o privilégio de envelhecer, vivencia a experiência de ser cuidado e se adaptar as novas configurações. Uma vez que, o depender do outro exige uma dose generosa de humildade.

Saber caminhar pela vida, com alegria, exige coragem, adaptação e resiliência.

Bom seria, se disséssemos Adeus, da mesma forma que falamos “seja bem-vindo”. Em ambos os casos é um ato de passagem e renascimento.

Que neste Natal a esperança renasça no coração de todos…

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