O trabalho coletivo ainda é um sonho. Por que um sonho? Porque muitas vezes ainda não sabemos em conjunto com próximo criar. Aparando as arestas, ouvindo o outro, eliminando o excesso de ideias, ficando apenas o essencial. Com argumentos convincentes, que permitam a todos juntos entrar num consenso de qual a melhor alternativa para um problema.
Nesses últimos meses, tenho observado como em meu município ainda é preciso ser desenvolvido esse olhar coletivo. Principalmente por nossos representantes políticos.
Poderia elencar várias situações, mas vou ficar apenas com o que tem aparecido no grupo de mães de filhos com espectro autista.
Durante muito tempo, meu filho tinha apenas o diagnóstico de Síndrome Doose, eu era a mais solitária das mães, em virtude da raridade desta síndrome, O diagnostico do autismo veio tardio. Passei a fazer parte deste grupo no período da Pandemia da Covid19, mas tenho conhecimento das inúmeras vezes que estas mães se uniram, em demandas por atendimento de qualidade e humanizado para os filhos.
E, há um bom tempo estamos a participar de reuniões na câmara e prefeitura com o intuito de termos uma Rede de Apoio que ofereça os médicos adequados e as fisioterapias necessárias, para que o desenvolvimento de nossos filhos seja pleno e eles tenham uma vida normal. Pois uma das dificuldades mais visíveis é a do convívio social.
Motivo pelo qual muitas vezes, por falta de conhecimento da maioria da sociedade, são tachados de sem educação.
Quando na verdade eles são mais sensíveis, que a gente. E acabam sendo punidos por serem verdadeiros. Já pensou se todos nós disséssemos ao outro, o que pensamos sem o filtro da complacência?
A Rede de Apoio ficou na falácia. Mas saiu na Mídia a mensagem que iludiu as mães e a população em geral. Como a construção de um ambulatório para atender as crianças autistas. E agora a cada dia chega uma mensagem de texto ou vídeo no grupo que algum vereador ou deputado fez pelos autistas.
Quanto ao mutirão do autismo deste final de semana. É maravilhoso, teremos números. Irá dobrar os casos de crianças no espectro autista, em Cáceres. Número é a linguagem, que os políticos compreendem. Minha pergunta é:
O que farão depois?
Afinal, o diagnostico é o primeiro passo para começar o tratamento.
Vocês precisam esquecer as siglas partidárias, e aprenderem a trabalhar de forma coletiva, para atender a população e não, aos interesses individuais.
Com estes números, vamos poder ir ao Ministério Público e cobrarmos projetos que foram aprovados pela Câmara em nome das crianças que estão no espectro autista, como o de Equoterapia e de Arte terapia e não estão sendo executados.
E o ambulatório?
E a fila de espera de atendimento no CER, por que continua tão grande?
Senhores vereadores, façam um exame de consciência. Trabalharam em prol da população? Merecem ser reeleitos?
Falar sobre saúde, educação e cuidados são excelentes palavras de engajamento de campanha eleitoral. Mas efetivá-las na pratica requer compromisso, boa vontade e trabalho coletivo.
Parem de desperdiçar o tempo em pequenas coisas, só pra provarem que fizeram algo. Foquem no trabalho coletivo.
Como munícipes, pagamos por vossos trabalhos duas vezes. Quando pagamos nossos impostos e quando lhes damos nosso voto, em um ato de fé.
Portanto se esforcem, para mantermos a confiança, a esperança e o sonho.
No coletivo, somos mais fortes, para construir uma sociedade humanizada.
Texto maravilhoso!!!
Tenho visto o governo cobrar produtividade , quais as ações da Câmara de vereadores que beneficiaram a população?? Não percebo ação da Câmara junto a prefeitura, as mesmas obras que estavam em andamento no início do mandato continuam sem finalizar… e assim por diante. Cansada desse blá-blá-blá de políticos.
Bem pontual Cícera! O diagnóstico é importante, mas, não adiantará muito saber e não obter as terapias necessárias para a intervenção. Pois, quanto mais tempo passar, mais atrasos essa criança e adolescente terá!