Cuidar também é fazer escolhas, às vezes bem difíceis. Ontem foi um dia assim. Tomei a decisão de cancelar meu plano de saúde da UNIMED.
Dizem que devemos manter próximo a nós coisas que nos dão alegria. E a minha relação com a instituição UNIMED nos últimos tempos deixou de ser assim. Sem contar que, nós profissionais da Educação de Mato Grosso, vivemos a anos com um salário que já não era adequado e com a pandemia tornou-se insuficiente.
Claro que ainda tenho imensa gratidão por ter um teto, dar conta de pagar água, luz e ter todos os dias, alimento na minha mesa.
Recentemente ouvi uma história linda, mas de cortar o coração de uma mãe que quando os filhos eram pequenos, em geral apenas almoçavam e na hora da janta ela dava água para as crianças beberem e as colocava para dormir contando histórias e nessas histórias ela dizia “sabe esse barulhinho que você está ouvindo na sua barriguinha, faz de conta que é rio, cheio de peixinhos nadando”. Para variar, em outros dias ela comparava o barulho ao mar…
Ouvi a Monja Cohen contando essa história, que foi contada a ela por uma das filhas dessa mulher. Fiquei com vontade de conhecer essa mulher. Sou encantada por contadores de histórias. Amo a contadora de histórias da minha infância, dona Manoela.
Essa mulher fez uma coisa mágica, pegou toda a sua dor e transformou em belas histórias de empoderamento e liberdade de imaginação criativa para seus filhos. Que coisa mais bela e emocionante.
Imagino o quanto, na época, essa tenha sido uma situação dolorosa para essa mãe. Afinal nenhum de nós quer que nosso filho passe fome. E usando a imaginação ela transformou a realidade do mundo a sua volta.
Muitas vezes, nos falta criatividade para encontrar soluções.
Porém, vocês devem estar se perguntando, o que ela fará agora sem plano de saúde para Pedro?
Vou usar o SUS, como a maioria dos brasileiros.
Antes de tomar essa decisão, fiz uma profunda análise, de todos os momentos que Pedro precisou de um atendimento mais sério e percebi que, mesmo ele tendo plano de saúde particular, a gente sempre acabava indo parar no hospital público. Mesmo começando o tratamento no particular.
Aos oito meses, quando ele teve pneumonia, após o diagnóstico, a médica disse vou te encaminhar para o Hospital Regional, porque lá tem pediatra 24 horas. Uma vez ele caiu e machucou a cabeça, também foi para o hospital público, porque lá tinha neurologista. Assim, também foi todas as vezes que ele teve algum osso quebrado.
Aliás, quero fazer uma pergunta para todos que tem plano de saúde, quando vocês sofreram algum acidente e quebraram alguma coisa, onde vocês fizeram o tratamento necessário. No hospital particular ou no público?
Com o dinheiro que pagava o plano de saúde pretendo fazer viagens com meu filho, que lhe permita construir belas histórias e ser feliz. Afinal não conheço nenhuma pessoa que viva com alegria e fazendo o que gosta, ficar doente. Quando estamos felizes não adoecemos. Sequer uma gripe.
Essa é a minha escolha de mãe e cuidadora de Pedro. Vamos ser felizes…
Seu comentário pode ajudar muita mães. Então na hora que for ao mercado faz um sacolao e leva em um bairro da cidade. Aí sua liberação da Unimed faz sentido
Que essa construção seja recheada de belos tijolos, colocados um a um, com cuidado e carinho.
Verdade, Cícera! Contando histórias e construindo castelos de Alegria e Amor… Que a sua história ilumine e alimente corações!!!❤🌹🌿