Piquenique celebrando a diversidade

Um piquenique, gestado em ternura e aquecido pelo calor do coração da psicóloga Andrea Santiago Sobreira Santos Souza.

Toda ação humana, que é pautada com o firme propósito de servir e ser útil, torna-se impregnada de amor e este vai se espalhando e contagiando outras pessoas. Foi o que aconteceu com a ideia do piquenique da Andréia para crianças e jovens com Espectro autista e suas famílias.

Primeiro ela compartilhou a ideia com o pastor de sua igreja, Senhor Edilson, que abraçou a causa e com ele vieram vários outros membros da igreja.

Em seguida, veio o apoio da Casa da Amizade – Distrito 4440 – Rotary Club e dos estudantes de psicologia da FAPAN.  Todos com um único objetivo, acolher e abraçar de todas as formas possíveis as crianças, jovens e suas respectivas famílias.

Aos familiares, solicitaram que contribuíssem com um prato de salgado. Então vocês podem imaginar a variedade e disponibilidade de lanches. Acredito que foi possível atender a seletividade alimentar dos nossos filhos.

A escolha do lugar também foi abençoada: SICMATUR, espaço turístico, com eventos culturais e quadra de areia, frente a um braço do rio Paraguai, com uma extensa faixa de areia. Temos todos os dias o pôr do sol que proporciona espetáculos extasiantes, para aqueles que olham.

Num primeiro momento, algumas crianças chegaram tímidas e, aos poucos foram ocupando os espaços. Houve o momento de correr da chuva, alguns ajudando a carregar os lanches, outros mesas e cadeiras. Mas a chuva foi quase de faz de conta, uma pequena nuvem que passou rápido e em seguida voltamos para a grama acolhedora, um verdadeiro convite para usufruirmos daquele tapete verde.

Este ficou mais colorido com toalhas coloridas estendidas, para as crianças sentarem, pula-pula para os mais animados, alguns jogaram bola, outros foram no parquinho, correria e risadas, alguns reencontros após o longo período de pandemia. Com muita alegria.

Nesse clima alegre e festivo, passamos a tarde. Nos sentimos a todo instante, acolhidos e cuidados. Num espaço em que as pessoas e o espaço abraçavam o diferente. Bastava olhar ao nosso redor, ao observarmos a mata ciliar do outro lada do rio Paraguai a diversidade se faz presente com muitos tipos de plantas e tamanhos variados, percebemos que ali a composição da beleza se completa pela diversidade e o diferente, assim como nossos filhos.

Só é preciso um novo jeito de olhar e de acolhimento, novas maneiras de nos fazermos próximos e presentes. Se não é possível rolar um abraço, que tal experimentar um sorriso. Se não rola uma conversa, que tal apenas estar presente e sentir o silêncio/ou burburinho. O barulho criado pelas ondas após a passagem de um barco.

E todos fomos abraçados, em toda a nossa diversidade, pelo pôr-do-sol. De forma tão suave e doce, que nossos filhos no final exclamaram.

A gente vai voltar aqui outra vez?!

Espero que a iniciativa da Andreia com o maravilhoso piquenique “Eu celebro a diversidade” e o apoio da Igreja Batista, a Casa da Amizade e os estudantes de psicologia, possam inspirar outras instituições e órgãos públicos, a criarem espaços e ações de lazer e cultura. Para nossos filhos serem acolhidos e poderem participar das atividades. Assim, poderão interagirem uns com os outros e com as famílias recém-descobertas.