É difícil ser verdadeiro, porque no dia a dia na perspectiva de sermos agradáveis a todos, vamos acumulando máscaras sobrepostas e para cada situação que surge, em geral temos uma para fazer de conta que está tudo bem.
Mas. de vez em quando, uma ou outra máscara cai. No ato de representar, podemos estar cansados e a máscara da disposição, da alegria e da animação pode cair por terra. Quando isso acontece não é ruim. É a nossa oportunidade de sermos verdadeiros.
Ao sermos verdadeiros podemos mostrar a nossa melhor versão, pois apresentamos nossas fragilidades e nossa humanização. O que possibilita ao outro também se expor.
A atitude de ser verdadeiro, não é abrir espaço para reclamar de tudo, mas sim dizer com honestidade o que você realmente quer, sem drama, mas com firmeza e se possível, mansidão.
Porque estou dizendo isso, ontem fui almoçar no Remanso – espaço que acolhe pessoas da melhor idade durante a semana e oferece atividades e cursos variados, que para alguns pode ser a oportunidade de uma renda extra. Projeto criado por duas pessoas que há anos aprenderam a ter esse olhar humanizado e a serem verdadeiros, mas que isso, souberam sonhar juntos e acreditarem no sonho. Quando isso acontece todo a sociedade ganha.
Aprendemos que o trabalho voluntário é possível e que ao cuidarmos do outro, de alguma forma somos cuidados. Pois ao estar sendo útil ao outro, de alguma forma você adquire sabedoria para lidar com seus problemas de forma equilibrada e rápida. Você aprende a otimizar o tempo. Em outras palavras, não perde tempo com mimimi.
Voltando ao almoço, Pedro estava sendo servido e tudo corria bem até o momento que colocaram abóbora no prato dele. E ele foi incisivo, não como isso, tira isso do meu prato. Para não interferir no fluxo da fila disse a ele que estava tudo bem, quando chegássemos a mesa eu pegaria a abóbora do prato dele para mim. Não houve acordo, foi necessário tirar a abobora do seu prato ali mesmo.
Os olhares que se atrai em situações assim, nem sempre é fácil de se sustentar. Para ele ao ser tirado do prato a abóbora, tudo estava resolvido. Assunto encerrado. Foi pra mesa e almoçou tranquilamente.
A reflexão sobre ser verdadeiro, foi após essa cena. Quantas vezes, digerimos alimentos e palavras que não queremos, ou não gostamos, porque nos falta a coragem de sermos verdadeiros e dizermos o que realmente queremos. Ou o tempo que perdemos esperando que o outro adivinhe o que queremos. E quando o outro faz do jeito que ele acha certo, nos decepcionamos.
Mas você disse o que queria? Ou como queria?
Quando somos verdadeiros economizamos tempo, nos frustramos menos e nos sobra tempo para ver o outro,
Neste Natal seja verdadeiro com você, faça algo para alegrar seu coração. E pratique um gesto de cuidado para com o próximo, sua felicidade poderá se intensificar, e quem sabe essa prática vá além desse período.
Que texto lindo e oportuno, minha amiga! Parabéns !!!