No último final de semana, vivemos algo raro e precioso: acolhimento sem perguntas, sem diagnósticos, sem rótulos. Pedro foi tratado com humanidade, com liberdade e com espaço para ser quem ele é. Não houve “o que ele tem?”, nem “ele pode isso?”, nem olhares tortos. Só cuidado genuíno e afeto tranquilo.
Isso… ainda é exceção. Mas quando acontece, merece virar história.
Alguns dias surpreendem a gente.
São aqueles em que o corpo, acostumado às rotinas e aos limites invisíveis, resolve se esticar um pouco mais…
Se permitir um pouco mais…
Passear, rir, vencer pequenas distâncias e acumular novas descobertas.
No último final de semana, fomos convidados para uma festa junina numa fazenda linda, onde o tradicional e o moderno convivem em harmonia.
Um dia de reencontros: com a natureza, com a leveza e, principalmente, com a alegria de ver Pedro experimentando o mundo de um jeito novo.
Ali, o corpo virou vento, correndo livre entre os campos.
Virou água, escorrendo fácil pelos caminhos de terra e riso.
Virou raiz, fincando presença.
Virou asa, descobrindo novos voos.
E por alguns instantes…
Virou sol, espalhando luz no rosto de quem assistia.
Deixo aqui o poema que nasceu dessa experiência.
Que ele nos lembre da importância de permitir ao corpo — e à vida — a chance de se integrar ao mundo…
Como quem dança com o que existe.
Corpo a Passear
Foi um fim de semana
em que o corpo desaprendeu o verbo parar.
Ganhou asas sem ter penas,
pés sem pressa,
e um sorriso quase campo aberto.
Pedro, depois de uma década,
subiu no cavalo
como quem vence não um obstáculo,
mas todos os “não sei se consigo”
guardados no peito.
Não precisou de cadeira,
nem de desculpas,
só de coragem
e um pouco de chão firme
pro salto.
E quando o cavalo se moveu,
o mundo inteiro pareceu balançar junto,
num compasso que misturava
vento, riso e poeira feliz.
Depois, veio o lago.
Turma animada,
vara na mão,
e Pedro — o mais alto entre eles —
desenhando com a cabeça no horizonte
o primeiro feito da pescaria.
Foi o primeiro a fisgar,
o primeiro a rir de boca cheia,
o primeiro a transformar a espera em história.
E então, como quem entende
que certos momentos já dizem tudo,
largou a vara
e foi deixar o corpo se espalhar de novo,
desta vez…
de volta ao pôr do sol.
Eu, com olhos de quem agradece,
sentei para ver o dourado abraçar as árvores,
o pasto,
os pavões — até o branco,
que eu nem sabia que existia.
E enquanto a noite chegava,
com sua fogueira,
o cheiro de mané pelado no ar
e uma quadrilha meio torta, meio linda,
fiquei pensando:
Quantas vezes na vida a gente esquece
que o corpo foi feito pra isso —
pra esticar as asas,
vencer pequenas distâncias,
guardar lembranças inesperadas,
rir em bingos despretensiosos
e, principalmente,
caber inteiro
em dias que valem a memória.
Obrigada, Rose.
Obrigada, Sandra e Marcos.
Por deixarem que, naquele pedaço de mundo,
Pedro passasse…
Como quem passa um vento bom,
Como quem passa um sorriso
Onde antes só havia silêncio.
Que lindo!!!
Que lindooooo
Ano que vem tem mais !!!! Muito lindo ….
Amei
Que venham muitos outros ventos como esse, que muitos sorrisos mais estejam presentes…
Eu que agradeço por voce ta se permitido sair do casulo. Agora vc sabe que pedro se permite viver. Ser livre. Isso só é o começo. Como no aniversário da Rosirlene ela falou se Pedro não tivesse lá que aniversário chato seria. Tava feliz ele escolheu a própria pizza. Agora depois de muitos anos vc ta permitindo vc e Pedro viver. O novo o belo o lado cor-de-rosa da vida gratidão