Há um grande número de avós e avôs que no dia 26 de julho não foram lembrados pelos netos, bisnetos e tataranetos, não importam os motivos elencados, ou as histórias que contamos para nós mesmos para justificar a ausência.
Muitos de nós estamos a comemorar a longevidade conquistada, mas precisamos ter bem claro que, ao vivermos mais, a velhice se prolonga e a necessidade de cuidados também aumenta exponencialmente.
Enquanto vivemos um pouco mais, vemos filhos, netos construindo suas vidas e muitas vezes partindo para outros lugares. Quando mudamos de cidade, nos inserimos no contexto social, passamos a conviver com outras pessoas, adquirimos novos hábitos. Ocupamos o tempo com atividades variadas.
Além disso, somos seduzidos pelo mundo do consumo e estamos sempre a comprar algo novo e, constantemente endividados. Logo não podemos perder um dia de serviço.
Com tantas distrações que o mundo moderno oferece o avô e a avó, que já não são mais produtivos, já não podem ir ao Shopping Center, sacar o cartão de crédito e pagar suas comprinhas, ou ir para a cozinha e fazer seu prato favorito. Passa a ter seu prazo de validade vencido.
Logo, há um grande número de idosos esquecidos em asilos, casas de repouso. Que se arrumam todos os dias, na espera de que o filho, a filha, o neto, a neta venham visita-lo.
Não estou generalizando aqui. Sei que existem muitos idosos que são extremamente bem cuidados por seus familiares.
Então meu convite neste final de semana para você é: faça uma visita a um abrigo para idosos de sua cidade. Você encontrará lá tantos avôs e avós carentes de um abraço. Não precisa levar nada. Apenas sua presença.
E para você que há muito tempo não visita seus avós, que tal passar um dia com eles. Também não precisa levar presentes. Apenas segure suas mãos, pode pentear os cabelos, faça uma massagem nos pés, passe creme em sua pele enrugada e ressecada que traz imprimida nela a passagem do tempo e as marcas de saudades.
De uma época que todos se reuniam para festejar e comemorar, hoje muitos avós estão repletos de saudades e lembranças, mas não há mais com quem compartilhar.
Eles estão despidos e precisam de vestes feitas de atenção, cuidado e compaixão. Muitos avós estão famintos de amor, respeito e companhia.
Podemos fazer a diferença na vida de muitos avôs e avós. Basta ofertarmos escuta verdadeira. Ao agir assim, você pode ser presenteado por uma bela história de vida.
E, aos representantes dos poderes públicos que cumpram com as responsabilidades inerentes ao cargo que ocupam, para que a dignidade, o respeito e o cuidado cheguem a todos, que estão vivendo a velhice com precariedade e abandono.
É pena que muitas vezes, as pessoas só se vistam de luto para visitar seus avós e/ou seus pais…