Para um jovem ou uma jovem autista que não se adaptou à sociedade, não desenvolveu uma super habilidade valorizada no mundo capitalista, não está alfabetizado(a) para entrar na universidade ou para o mercado de trabalho, significa que ao terminar o Ensino Médio estão fadados a passarem às 24 horas do dia, dentro de casa.
A não ser que a família tenha um bom poder aquisitivo e possa pagar pelas fisioterapias necessárias e atividades culturais e recreativas, esse é o cenário.
Infelizmente, não há políticas públicas pensadas para acolher o diferente, especialmente na fase da vida adulta.
Pergunto aos pais típicos: Seus filhos passam finais de semana e feriados inteiros dentro de casa? Seus filhos não recebem nenhum convite para sair? Já presenciaram na rua em que você mora, um portão ser fechado ao seu filho se aproximar?
Nós, mães e pais atípicos vemos isso acontecer com frequência.
Convites para festas são tão raros que quando os recebo e sei que é um lugar que posso levar meu filho considero uma verdadeira benção. Principalmente se nesse lugar, todos o tratarem com respeito.
Existem outros espaços que também são bem delicados. Na área da saúde, por exemplo, meu filho toma Depakote ER. Esse ER significa “comprimidos revestidos de liberação prolongada”. Ontem perguntei na farmácia a diferença de valor entre um e outro. É mínima.
Portanto, se os profissionais que atendem na farmácia do SUS, anotassem quais são os medicamentos procurados e não encontrados, isso também facilitaria na nova lista de medicamentos para licitação.
Nós seres humanos, somos incríveis. Os autistas têm características únicas, são de uma sensibilidade impar para barulho, sons da natureza e principalmente para sentir como está o coração do outro.
Quando um autista te der um abraço o receba. Talvez nem você saiba o quanto estava precisando desse abraço, mas ele sabe. No final da semana passada me disseram que um filho(a) autista quando chega na família, é porque ele ou ela precisa ser amado, ou porque a família precisa aprender a amar.
Qual dessas situações faz sentido para você? Eu não tive dúvidas que, Pedro Henrique, a missão dele é ensinar a todos da família a se amarem mais. Ele não é alguém que busca por amor, mas ele distribui amor e alegria por onde passa.
Dia 18 de junho – DIA DO ORGULHO AUTISTA. Eu gostaria que todos os dias fossem dia do respeito ao autista, assim como a qualquer outro ser humano.
Compartilho com vocês hoje a habilidade de meu filho: saber identificar todas as imagens de santo.
Minha pergunta é: como esta habilidade pode incluí-lo na sociedade?
Aguardo resposta.
Nosso país precisa evoluir muito nesse sentido. O de uma real acessibilidade e respeito real para com pessoas que possuam diferentes necessidades. Que Pedro consiga encontrar um lugar ao sol para se desenvolver plenamente.
Se começar pelo nosso município, já seria uma vitória e tanto né Kelem!! Quem sabe serviria de exemplo para os outros….
Sensibilidade ímpar, amor extraordinário, cuidadores testemunhos dessa riqueza … que possamos ver um pouco com os olhos de autistas e cuidadores 🙏
Cícera, eu imagino como deve ser difícil para uma mãe presenciar a rejeição de um filho por qualquer motivo. Mas, acredito ser muito mais impactante na vida de uma mãe de autista, ou de crianças portadoras de outros transtornos do neurodesenvolvimento. Pois, infelizmente nesse mundo, sempre haverá pessoas ignorantes e com baixa empatia. Sabe, acredito que é papel dos pais lutarem sim pelos direitos de seus filhos, mas, também prepará-los para o mundo que farão parte, pois, a realidade costuma ser muito desafiadora. Parabéns pelo blog, admiro sua coragem e a sua esperança de dias melhores 🙏
Rosimar é preciso esperançar…
Ah Pedro !!! Gratidão por caber dentro do seu abraço….
Parabéns pelo texto.
Realmente é uma ótima reflexão como i cluir ou melhor como fazer com que as pessoas percebam está habilidade.
Dia 18 de junho – DIA DO ORGULHO AUTISTA. Eu gostaria que todos os dias fossem dia do respeito ao autista, assim como a qualquer outro ser humano.
Parabéns Prof. Cícera pela reflexão e principalmente por este pensamento.
Edir, basta incluir com respeito, é tão pouco.